Recadinho as Belas de Plantão.

 Não ando com muita vontade de escrever aqui. Não por falta de ideias, nem muito menos por falta de inspiração - acreditem, às vezes eu me sinto vivendo numa matrix da minha própria série. Tipo no fim do ano passado, quando competi com uma mulher por táxis em uma rua deserta. Ou quando acidentalmente flertei com uma funcionária gatinha do Banco do Brasil.
Mesmo com temas frequentes implorando para serem transformados em textos, eu não me sinto mais motivado. Talvez porque a motivação em si para a existência deste blog tenha sido posta em xeque.
 Há algum tempo, uma série de urgências me levou a mudar este espaço. Eu estava há tempos sem escrever e havia acabado de sair de uma relação mecânica. Mais do que nunca, eu precisava de um lugar seguro, onde pudesse cultivar minha individualidade como escritor. Acima disso, eu precisava descobrir que tipo de escritor eu queria ser.
 E, ao longo desses anos, eu abri minhas entranhas pra vocês. Confessei meus medos, descrevi as humilhações mais terríveis, compartilhei meus sonhos, minhas decepções, minhas esperanças. E sempre considerei essa minha parte na troca.
 Mas, ao que parece, na Era da interatividade, não é suficiente que eu faça uso da minha vocação para dialogar com o público. Não, não. Eu também preciso mostrar que sou legal, sou bacana, sou da galera. Para provar que eu me importo com os leitores, eu preciso atender às demandas de cada um deles, preciso ser compreensivo com suas carências, preciso me mostrar agradecido. Na verdade, pelo que acompanho em alguns comentários, agradecer e interagir com os internautas é mais do que respeito, é minha obrigação. Afinal, sem eles, eu não seria nada.
 E aí a coisa toda começa a degringolar. Porque eu sinto muito, mas não devo absolutamente nada a ninguém. Eu ofereço minha alma, minhas vísceras, o que eu tenho de melhor e de pior. E recebo de volta reforço positivo, experiências de outras pessoas, mensagens afetuosas, outras nem tanto. A troca é essa e, de uma forma ou de outra, todos saem ganhando. Exceto as pessoas de quem eu falo mal, essas não devem gostar muito de se verem retratados. Mas aí também ninguém mandou partir o coração de um escritor.
De todo modo, gostaria de deixar uma coisa bem clara. Este blog não é uma obrigação. Nunca foi, nem nunca deverá ser. Ele é o nosso espaço, nosso cantinho seguro de criação, e quem quiser embarcar na viagem será muitíssimo bem-vindo. Mas se eu me sentir coagido aqui dentro, como ando me sentindo ultimamente, não vou hesitar em parar.
Aos que compreendem o que eu disse, um beijo enorme. Aos que permanecerem insatisfeitos, não se exaltem. A porta da rua é a serventia da casa.

6 comentários:

  1. Acompanho seu blog e sempre gostei do seu cantinho aqui. E concordo contigo que ele não deve ser obrigação. Antes de mais nada deve ser algo bom e prazeroso pra você e não algo que te de dor de cabeça e preocupação. Gostaria muito que a maioria que te acompanha te apoiasse a continuar escrevendo aqui. Apesar de acompanhar o blog há tempos, divulgar pros amigos, e tudo mais, eu nunca tinha comentado no blog e acho que essa é uma boa hora pra fazê-lo.
    Continua. :)

    ResponderExcluir
  2. vc tem toda razão sobre o que disse. Parece que tudo hoje em dia se torna uma obigação, estamos sempre em debito com alguem.
    Mas, o espaço é seu e vc mais que ninguem deve se sentir a vontade nele.

    ResponderExcluir
  3. Ah, deixa esse monte de gente que reclama pra lá. O cantinho é seu, vc escreve quando e quanto achar que deve... Como vc mesma disse, vc não tem obrigação com ninguém... Lemos vc por livre e espontânea vontade... Quem não gostar da demora ou dos textos, simples... Vazem...

    ResponderExcluir
  4. Ah o blog é seu e vc deve fazer o que acha melhor. No entanto, devo dizer que vc alcança um publico formado das mais diversas faixas etárias, desde a minha prima de 12 anos, que ainda não viveu muitas dessas situações até a minha mãe de 57 anos, que morre de rir com suas histórias e conta um bocado do que ela já passou...
    Conheci seu blog por causa do facebook e desde então venho espalhando entra as amigas e os amigos tbm.
    Parabéns pelo seu trabalho- que realmente dá gostinho de quero mais, porém se vc passar a escrever aqui, como vc disse, por obrigação, não será o Luan que tanto gostamos e essa que para os que a pertubam mandaria-os...
    Assinado uma psicótica anônima

    ResponderExcluir
  5. Opsss, se é anônimo, logo não está assinado.
    Psicótica anônima- em seu momento de burrice, mas eu juro eu sei escrever, SEI ESCREVER, rsrrs

    ResponderExcluir
  6. Lendo seu blog, fico cada vez mais fria, cada vez mais desgraçada, obrigado por me mostrar claramente e me fazer ter a certeza de que homem é realmente um bicho que não presta e que é assim que deveriam ser tratados, ou pra ser mais suave e não desumano, simplesmente algo que não se deve dar muito importancia, porque realmente não é importante.

    ResponderExcluir