Todos os dias depois de ter
morrido, nasço mais uma vez, sem querer de fato viver. Os ponteiros do relógio andam
centímetros que me torturam, sem sucesso tento voltar ao meu sonhar. Mas agora
ele é fraco, uma ilusão sem força alguma, é apenas uma sala escura onde me
escondo. E há um velho batendo na porta, dizendo que é hora de partir.
Olhando no buraco da fechadura
extrapolo a atmosfera, chegando onde todos os meus atos se justificam. Este
momento é quando vejo a estrela celestial. A fonte de todo o meu prazer, algo tão
denso que faz minha miserável forma nem existir.
Todo o caminho que percorri para
chegar aqui foi automático demais, um método, uma rotina, tantas vezes sentida
e agora despercebida que poderia se resumir num apertar de um botão. Cai dos céus
mais uma vez.
E o que é a vida? São as
insistentes vezes em que o apertamos, tentando voltar lá, enquanto os centímetros
do relógio acabam e começam mais uma vez. Porque?
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